O falecimento de uma criança na tarde de hoje no Hospital São Salvador causou enorme comoção em toda a cidade. O menor S. O. de S. deu entrada no Hospital domingo, 15 de dezembro. A família informou que o menino estava há 3 dias sem evacuar (constipação). A Médica Pediatra, Dra. Ana Paula Monsores, que tem uma vasta experiência em pediatria e histórico de excelentes serviços prestados na cidade atendeu a criança. A reportagem de A Gazeta conversou com a Interventora do Hospital São Salvador, Dra. Ana Karina Pires, que deu as seguintes explicações:
- Ao dar entrada no Hospital apresentando constipação intestinal, a médica pediatra Dra. Ana Paula o atendeu a criança, realizou exame locais e constatou vermelhidão e fissuras na região anal. Em razão da prisão intestinal por 3 dias foi realizado um procedimento clamado clister (enema), quando é introduzido soro fisiológico no intestino do paciente para provocar a evacuação. Por se tratar de uma criança, a Médica teve o cuidado de indicar o procedimento com sonda de baixíssimo calibre (grossura). O procedimento foi realizado na presença de familiares. Após evacuar a criança seguiu internada na Pediatria recebendo tratamento.
- Na segunda feira, dia 16, o Médico Carlos Augusto Rodrigues, também pediatra, ou visita para avaliar o caso e constatou que a vermelhidão e fissuras na região anal já haviam evoluído para feridas com sinais de necrose, razão pela qual de imediato o Hospital São Salvador solicitou transferência para Hospital com maiores recursos. A vaga a princípio foi negada já que o nenhum Hospital tinha cirurgião pediátrico que poderia ser necessário no caso.
- A criança testou positivo para Dengue. Na manhã de hoje (17) o quadro se agravou. Para melhor atendimento, mesmo sem possuir UTI Infantil, o Hospital com autorização da Gerência Regional de Saúde de Leopoldina levou a criança para a Unidade de Terapia Intensiva do HSS. A criança foi todo o tempo a criança acompanhada pela Dra. Ana Paula Monsores que aplicou todas as terapias possíveis, realizando exames e procedimentos necessários.
- O agravamento do caso foi constatado na criança que ou a apresentar sinais de necrose numa das mãos. Os médicos entenderam se tratar de uma doença chamada Fasciíte Necrosante. Esta é uma Infecção bacteriana grave que destrói o tecido debaixo da pele. A doença conhecida pela bactérias conhecida como devoradoras de carne (Streptococcus do grupo A e Staphylococcus) ocorre quando tais patógenos entram no corpo causando danos sérios e rápido agravamento do caso. Foi novamente solicitada a transferência desta vez autorizada para o Hospital São Paulo em Muriaé.
- O SAMU foi acionado para a transferência por volta das 9 horas do dia 17, terça feira, mas alegando estar em outro atendimento chegou ao Hospital São Salvador por volta de 14 horas, requerendo a intubação do menor para transferi-lo, fato que sequer aconteceu já que dado ao avanço rápido da fasciíte necrosante, o mesmo foi a óbito.
- Durante todo o período no Hospital São Salvador não faltou atendimento, o menor foi atendido e acompanhado por pediatras e todas as ações possíveis foram tomadas mas infelizmente não foi possível salvar a criança, lamentou a interventora do Hospital São Salvador.
“Mesmo ante a comoção pelo falecimento da criança, as redes sociais, grupos de whatsapp estão sendo abastecidos de boatos e notícias falsas, o Hospital fez tudo, os médicos pediatras foram dedicados e tentaram de tudo, a família esteve todo o tempo acompanhando assim como as equipes de enfermagem. É uma tragédia que lamentamos muitos”, concluiu a Interventora do Hospital.
O Atestado de Óbito da criança indica que a mesma foi vítima de fasciíte necrosante.
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